ATA DA QUINTA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-03-2002.

 


Aos vinte e seis dias do mês de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e onze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os duzentos e trinta anos de fundação de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 051/02 (Processo nº 1181/02), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Desembargador Osvaldo Stefanello, representante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor João Verle, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; os Ministros Alberto Cabassi e Oscar Miguel Demaria Ferrari, respectivamente Cônsul-Geral da Itália e Cônsul-Geral do Uruguai; a Vereadora Helena Bonumá, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças: dos Senhores José Lages dos Santos e Orlando Ortega, respectivamente Cônsul de Portugal e Cônsul da Colômbia; da Senhora Neusa Mourão Leite, representante da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - RS; do Senhor José Carlos Henneman, representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; do Coronel Giovani Damelen Bandas, representante do Comando Militar do Sul; do Coronel Antônio Carlos Marcolino, representante do V Comando Aéreo Regional - COMAR; do Capitão-de-Corveta Carlos Alberto Vargas Martins, representante do 5º Distrito Naval. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, executado pelo flautista Plauto Cruz, acompanhado do violonista Guaraci Gomes e do flautista Roberto Rios e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Estilac Xavier, em nome das Bancadas do PT e do PC do B, homenageando o transcurso dos duzentos e trinta anos de fundação de Porto Alegre, discorreu sobre o surgimento da Cidade, ressaltando a importância da participação da comunidade na construção dos valores democráticos. Também, procedeu à leitura do poema “O Mapa”, de autoria do poeta Mário Quintana. O Vereador Ervino Besson, em nome da Bancada do PDT, mencionou dados relativos às atividades sócioeconômicas desenvolvidas em Porto Alegre e discursou sobre os diferentes estágios de urbanização pelos quais a Cidade passou ao longo de sua existência. Ainda, relatou fatos da vida pessoal de Sua Excelência, por ocasião de sua chegada no Município. O Vereador João Antonio Dib, em nome das Bancadas do PPB e PSB, parabenizando os duzentos e trinta anos de Porto Alegre, procedeu à leitura de trechos do poema “A Cidade que Amo” de autoria do Senhor Antonio Xavier Balbé. Também, lembrou a contribuição dada pelos diversos homens públicos que administraram a Cidade, destacando a atuação do Senhor José Loureiro da Silva. O Vereador Cassiá Carpes, em nome da Bancada do PTB, externou sua satisfação em participar da presente solenidade, enfocando aspectos da trajetória pessoal e profissional de Sua Excelência e salientando a relação afetiva desenvolvida com Porto Alegre desde mil novecentos e setenta e sete. Ainda, aludiu a aspectos singulares da formação sóciocultural da Cidade. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL, PSDB e PMDB, comemorou a passagem dos duzentos e trinta anos de existência da Capital do Rio Grande do Sul, ressaltando as modificações ocorridas em Porto Alegre durante esse período. Também, exaltou as características de fraternidade e acolhimento demonstrados pela população porto-alegrense às pessoas oriundas de outras localidades. O Vereador Haroldo de Souza, em nome da Bancada do PHS, prestou sua homenagem a Porto Alegre pelos seus duzentos e trinta anos de sua existência, enfatizando os sentimentos de alegria e paz proporcionados pela referida Cidade. Ainda, sublinhou diversos aspectos culturais e ambientais do Município, enaltecendo a beleza do pôr-do-sol refletido nas águas do lago Guaíba. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor João Verle, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este Legislativo ao transcurso dos duzentos e trinta anos da fundação da Cidade de Porto Alegre. Após, foi realizada apresentação musical do flautista Plauto Cruz, acompanhado pelo violonista Guaraci Gomes e pelo flautista Roberto Rios. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense executado pelo flautista Plauto Cruz, acompanhado pelo violonista Guaraci Gomes e pelo flautista Roberto Rios e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e dezessete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador José Fortunati e secretariados pela Vereadora Helena Bonumá. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear os 230 anos da cidade de Porto Alegre. Convidamos para compor a Mesa o Ex.mo Sr. representante do Tribunal de Justiça do Estado, Desembargador Osvaldo Stefanello; o Ex.mo Sr. Vice-Prefeito de Porto Alegre, Dr. João Verle, neste ato representando a Prefeitura Municipal; o Ex.mo Sr. Cônsul-Geral da Itália, Ministro Alberto Cabassi; Ex.mo Sr. Cônsul-Geral do Uruguai, Ministro Oscar Miguel Demaria Ferrari. Também prestigiam esta solenidade as senhoras e senhores Vereadores; senhor representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Professor José Carlos Henneman; senhor representante do Comando Militar do Sul, Cel. Giovani Damelen Bandas; senhor representante do V COMAR, Cel. Antonio Carlos Marcolino; senhor representante do 5º Distrito Naval, Capitão-de-Corveta Carlos Alberto Vargas Martins, senhores representantes das secretarias estaduais e municipais, senhores dirigentes e representantes de autarquias federais, estaduais e municipais, senhores presidentes ou representantes de entidades de classe, demais autoridades presentes, senhores da imprensa, senhoras e senhores.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

(Apresentação do Flautista Plauto Cruz, acompanhado do Violinista Guaraci Gomes e do Flautista Roberto Rios, na execução do Hino Nacional.)

Também temos a honra de contar com a presença do Cônsul de Portugal, Sr. José Lages dos Santos.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra. Ele falará em nome das Bancadas do Partido dos Trabalhadores e do Partido Comunista do Brasil.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita honra e satisfação que venho a esta tribuna falar em nome da minha Bancada e da Bancada do Partido Comunista do Brasil, nesta Sessão Solene de comemoração aos 230 anos da cidade de Porto Alegre. E faço isso em meu nome e também em nome de dois Vereadores nossos aqui presentes, a Ver.ª Sofia Cavedon e o Ver. Marcelo Danéris.

É um ato solene, mas não pode escapar da emotividade que cerca a data festiva da nossa Cidade nos seus 230 anos.

Já, no ano passado, estivemos aqui fazendo uma comemoração semelhante. E, em um ano importante como este, em que muitas decisões o nosso País tem que tomar, talvez seja decisivo para todos nós grafar o espaço em que nós vivemos e a Cidade; o local onde se nasce, vive e morre.

A formação da Cidade, e eu fui buscar isso em Fustel de Coulanges, quando dizia que a tribo, tanto quanto a família e as frátrias, constitui-se em um corpo independente, com culto especial, de onde se excluía o estranho. Uma vez constituída, nenhuma família podia nela ser admitida, nem outra. Duas tribos de modo algum fundiam-se em uma só, porque a religião a isso se opunha. Mas, assim como muitas frátrias se haviam unido em uma tribo, muitas tribos puderam-se associar, entre si, com a condição de que o culto de cada uma delas pudesse ser respeitado. No dia em que isso ocorreu, nasceu a cidade.

A cidade é o espaço da diferença. A nossa cidade de Porto Alegre nós queremos que seja uma cidade que construa a humanidade. E essa reverência que nós estamos fazendo aqui é por sabermos que a nossa Cidade é mais do que os seus prédios, suas ruas, as suas avenidas, os seus bairros, praças, parques e jardins. Fossem os prédios de Porto Alegre, todos eles, e seus monumentos, de preciosos cristais, assim mesmo seriam insuficientes para ser uma cidade. A cidade é a relação dos que nela vivem: os negros, os índios, os brancos, os amarelos, as crianças, os jovens, os idosos, os homens e as mulheres, os incluídos e os excluídos. A cidade é, portanto, um espaço construído pela arte e pela inteligência humana. Esse é um dom que nos singulariza entre todos os seres que habitam a Terra. É a cidade que possibilita a convivência do privado e do público, do particular e do universal, e nada deve eliminar essa diferença, assim como nasceu o respeito às religiões e se formou a cidade. Nela está a existência de todos os indivíduos e a afirmação de todos os seres como seres sociais. E é esse viver que estabelece a nossa idéia de democracia e o nosso desejo de liberdade; a democracia para controlarmos o que é público e estabelecermos as igualdades desejáveis; a liberdade da opinião e da diferença, qualquer diferença, e a construção permanente de uma justiça humanista. Porto Alegre é a Cidade dos nossos sonhos e esperanças, é a Cidade onde vivemos as nossas diferenças, os nossos amores, as nossas desilusões e convivemos com as nossas esperanças. E esta é uma cidade que se constrói com os parâmetros de todos nós, sejam eles aqueles que nós aceitamos, sejam aqueles que não aceitamos, mas a nossa Cidade, antes de tudo, é, para nós, uma síntese de solidariedade.

Mário Quintana fez um poema que é muito usado, e eu não poderia-me furtar novamente de falar sobre ele, que, de certa forma, revive o espaço da Cidade, uma cidade como a nossa, que faz seus 230 anos. Quando Mário Quintana fala, em seu poema O Mapa, diz que a Cidade tem uma anatomia, que existem as ruas e que ele sente uma dor infinita porque não pode visitar todas as ruas. Nós temos possibilidade, sim, de visitar todas as ruas da nossa Cidade, mesmo aquelas que, no poema, ele diz que nunca conhecerá, lá ele não passará por serem ruas encantadas e que nem nos sonhos dele ele sonhou.

Nós sonhamos com uma cidade em que todas as ruas possam ser ocupadas pelo público e, por isso, estamos aqui saudando os 230 anos da nossa querida Porto Alegre, a Cidade que nos dá força e esperança e nos protege daquilo que achamos que é a pior das doenças: a solidão do homem em relação a outro homem. Vida longa para a nossa Cidade, paz, justiça e democracia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Ervino Besson está com a palavra e falará em nome do Partido Democrático Trabalhista.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente Ver. José Fortunati, ao saudá-lo, demais membros e componentes da Mesa, autoridades que V. Ex.ª já nomeou e demais senhoras e senhores aqui presentes, eu queria saudar a todos, num cumprimento muito carinhoso e especial em nome da Bancada do PDT. Dois mil anos atrás, os índios tupis-guaranis migraram da Amazônia para a região de Porto Alegre a procura da mitológica “Terra sem males”. Mais tarde foram dizimados pelos homens brancos. Já no período da concessão de sesmarias, Jerônimo de Ornelas tornou-se o dono da área que beirava o Guaíba, em 1732.

Em 1752, sessenta casais portugueses, oriundos da Ilha dos Açores, estabeleceram moradias na localidade conhecida como Ponta da Pedra. Foi nessa época que a região começou a ser chamada de Porto dos Casais. Foi um período de grandes dificuldades, uma vez que essas famílias ficaram desamparadas pelas autoridades brasileiras e tiveram que enfrentar a fome e a doença. Talvez essa tenha sido a primeira demonstração de força e perseverança daqueles que inspiraram as gerações futuras.

Em 26 de março de 1772, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão é dividida por um edital eclesiástico, transformando o antigo Porto dos Casais em Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais. Nesse instante a localidade ganhava autonomia administrativa e passava a figurar como uma das principais da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

Cerca de um ano depois, em 18 de janeiro de 1773, um novo edital renomeia o povoado, passando a denominar-se Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. Nesse mesmo documento, o Governador do Estado determinava a transferência da Câmara Municipal de Viamão para Porto Alegre, além de transformar a antiga colônia açoriana em Capital dos gaúchos.

O modesto núcleo urbano passava a figurar como importante pólo militar, recebendo os fortes investimentos da Coroa portuguesa, que possibilitaram o seu progresso em várias áreas, pois era utilizado como ponto de apoio às forças portuguesas nas conquistas das áreas do sul do Brasil.

Na primeira metade do Século XIX, a Cidade desenvolve-se em função da expansão portuguesa na porção meridional do País.

Como efeito, em 1835, a Cidade é fortemente atacada pelas tropas rebeldes no episódio conhecido como Guerra dos Farrapos, sendo invadida e ocupada por aproximadamente um ano, de 1836 a 1838. Três grandes cercos foram realizados pelos rebeldes, porém, as tropas imperiais resistiram culminando no título de “Mui Leal e Valerosa” que foi entregue à Cidade.

Após esse episódio, Porto Alegre só retornaria a desenvolver a sua malha urbana em 1845. A partir desse período, a Capital dos gaúchos começou a receber os primeiros imigrantes alemães e italianos. Um novo ciclo de crescimento econômico iniciava. Outrossim, a Guerra do Paraguai (1865 a 1870) trouxe novos investimentos do Governo central, possibilitando a implementação de novas tecnologias como, por exemplo, o serviço telegráfico.

Porto Alegre sempre se apresentou como vanguarda, inclusive no que concerne à Abolição da Escravatura em 1884. Portanto, quatro anos antes da iniciativa ser adotada no País, o Governo Municipal liberta os escravos da Cidade.

Entre 1899 a 1940 a aparelhagem urbana passa a tomar lugar no aspecto colonial com a chegada da iluminação pública, rede de esgotos, água encanada, faculdades e hospitais, entre outros progressos.

A partir da década de 40, seu aspecto de centro comercial, industrial administrativo e financeiro do Estado passa a se concretizar efetivamente, o que veio a se perpetuar nas décadas seguintes. Para encerrar, Sr. Presidente peço perdão por ter passado do tempo, cinco minutos, mas não poderia encerrar sem dizer estas palavras: onze de agosto de 1961, às 11h da manhã, esta Cidade me acolheu, portanto, é o momento oportuno, quero dizer, sim, muito obrigado, mas um obrigado no fundo da minha alma à nossa querida e amada Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para falar em nome do Partido Progressista Brasileiro e do Partido Socialista Brasileiro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ex.mo Sr. Presidente, meu caro Prefeito João Verle, saudando, eu saúdo a todos os porto-alegrenses, meu caro Desembargador Osvaldo Stefanello, saudando, saúdo o Judiciário Gaúcho, meus caríssimos cônsules do Uruguai e da Itália, saudando eu faço extensivo ao corpo diplomático aqui presente, autoridades militares, saúdo-os, saudando todos os militares do nosso Rio Grande do Sul, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras. O Ver. Estilac Xavier encerrou o seu pronunciamento com uma poesia de Mário Quintana, eu também vou citar uma poesia, porém, vou fazê-lo no início do meu pronunciamento. (Lê.)

“Começo a caminhar / sem rumo / num fim de tarde / na Porto Alegre da minha adolescência / na Porto Alegre da minha juventude / na Porto Alegre dos meus cabelos brancos. / E não resisto à tentação que me assola / de fazer uma declaração de amor / à cidade que faz parte de mim mesmo.”

Com essas palavras de Antonio Xavier Balbé, ouso dizer que conheço cada rua, cada viela, cada passeio ou pavimento com problema nesta nossa querida Cidade, que amo acima de qualquer outra ou bem material que possa ter. Com José Loureiro da Silva aprendi a amar Porto Alegre. Loureiro, um homem que, acima de todos os outros, sentia o pulsar do coração e da alma de Porto Alegre, sem perder a perspectiva de suas necessidades materiais, antevendo obras e soluções para os problemas do seu tempo e além dele. Porto Alegre, hoje, está comemorando duzentos e trinta anos de fundação. Estive como Vereador, nesta Casa, quando comemorou duzentos anos. Duzentos anos de fundação e hoje duzentos e trinta anos de fundação. Loureiro da Silva comemorou duzentos de colonização dia 5 de novembro de 1940. Porto Alegre, pois, completa duzentos e trinta anos de fundação e, nos seus primeiros cento e dezoito anos, a Capital foi comandada pela Câmara Municipal e o fez com muita maestria.

Cento e doze anos se seguiram a partir de 22 de janeiro de 1890, quando Felicíssimo de Azevedo assumiu a responsabilidade do governo como Intendente. Nove Intendentes o sucederam por diferentes períodos, sendo que José Montaury de Aguiar Leitão ficou no posto por vinte e sete anos e sete meses. O último dos intendentes foi Alberto Bins, que comandou a Capital por nove anos e oito meses e saiu como Prefeito. Na realidade, o primeiro Prefeito, o primeiro homem com título de Prefeito por todo o seu mandato foi o grande Loureiro da Silva. Ao todo, dez intendentes e trinta prefeitos, entre os quais orgulhosamente me incluo, governaram a denominada Cidade Sorriso - Porto Alegre - Capital de todos os gaúchos, considerando-se que Ildo Menegheti esteve à testa da Prefeitura duas vezes; Célio Marques Fernandes, duas vezes; Guilherme Socias Villela por dois períodos, totalizando oito anos, e Tarso Genro um mandato completo e mais um ano e três meses do segundo mandato, eis que vai renunciar.

O primeiro Prefeito, portanto, foi o grande Loureiro da Silva, que governou a Cidade em dois momentos diferentes, totalizando dez anos.

Menegheti, Brizola, Collares e Olívio, depois de Prefeitos, foram Governadores do Estado, sendo que Menegheti foi Governador duas vezes, como foi Prefeito duas vezes.

Nestes cento e doze anos, cinco homens – Montaury, Bins, Loureiro, Thompson e Villela – comandaram os destinos da Cidade por sessenta e um anos. José Antonio Aranha foi o que permaneceu por menos tempo: quarenta e quatro dias.

Eu quero-me permitir, Sr. Presidente, ler o pronunciamento de José Loureiro da Silva, quando da abertura dos duzentos anos da colonização de Porto Alegre. Dizia ele o seguinte: “Sob estes céus lavados de luz e de sol, glorificamos, nesta manhã radiante, a cidade de Porto Alegre. A trilha de duzentos anos foi percorrida com entusiasmos e anseios, com grandezas e misérias, com lágrimas e risos.” Nós poderíamos dizer a mesma coisa, hoje.

“A Cidade formou-se no seu amálgama íntimo, com aquelas dores e alegrias humanas que dignificam e enobrecem a vida das coletividades.

Nesta hora gloriosa, de luz e de sol, podemos reproduzir, numa paráfrase, o que se fazia na velha Espanha, com a fundição dos sinos.

Eram as noivas que chegavam, lançando no caldeirão da praça, para a fundição dos sinos, os seus anéis de noivado, eram as velhinhas amoráveis que tiravam as jóias antigas da família e aquelas que recordavam os seus primeiros anos de juventude; eram os guerreiros, batidos de todas as lutas que traziam o punho das espadas para o caldeamento dos sinos.

As jóias todas eram jogadas no vasto caldeirão da praça, onde ia se fundir aquele sino, que choraria pelos homens e pelas grandezas materiais da vida.”

Hoje, Porto Alegre, no seu simbolismo, está caldeando, na pira acesa desta praça, os seus sentimentos mais recônditos, as jóias mais fulgurantes do seu tesouro íntimo.

Porto Alegre, nas suas mulheres, nos seus homens, nas suas crianças, é toda uma fulguração de joalherias, íntimas, atirando nesta pira os corações e as almas num arrebatamento espiritual, que dignifica e enobrece o sentido da vida.

Os sinos que estamos fundindo neste caldeamento baterão as horas amargas ou tristes, mas sempre conservarão erguidos os corações porto-alegrenses, dignificando a terra, dignificando o homem e enaltecendo este Brasil que nós amamos acima de todas as coisas.” E o que quero é que o sino continue batendo para dignificar os porto-alegrenses. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais autoridades presentes.) Agora, em maio, irá fazer vinte e cinco anos que cheguei a esta Capital. Lembro-me de tantas vezes que saí para uma atividade esportiva, quer como atleta, quer como técnico e era tanta a saudade de Porto Alegre que tinha de, à noite, ligar o rádio para ouvir o que estava acontecendo em nossa Capital, seja no aspecto político - de que sempre gostei -, no aspecto social, cultural, desportivo.

Lembro-me que, quando vim de São Borja, a primeira coisa que queria fazer era voltar a São Borja. Dava uma angústia, uma vontade de voltar à nossa terra, mas depois fui-me acostumando com Porto Alegre, e hoje as coisas se inverteram, a gente custa tanto a ir lá, que quer ficar aqui na Capital, na nossa Capital, porque a Capital forjou muitos líderes. A nossa Capital é a ressonância de todos os atos sociais, culturais, políticos, desportivos. Com a nossa dupla grenal, quanta gente vem do interior para ver os grandes clássicos!

E a primeira coisa que eu fazia quando voltava do Centro do País, de cidades longínquas, de Estados longínquos, era ir ao Centro da Cidade; parece que lá nós encontrávamos o José Fortunati, o nosso Vereador, o nosso Presidente, os amigos, a gente queria logo ver os amigos, queria ir ao Centro da Cidade e confraternizar.

Então, Porto Alegre nos dá, quando nós saímos, uma saudade imensa, e quem sabe, eu sou, dos Vereadores, o que mais transitava em outras Cidades, devido à minha atividade profissional.

Mas me lembro dos comícios das diretas: lá estava eu, já, naquela época, atleta, contestador, fundador do Sindicato dos Atletas, fundador da AGAP, Associação de Garantia do Atleta Profissional do Rio Grande do Sul; lá estava eu nos comícios das diretas.

Então, esta Capital nos ensinou tudo, aqui vencemos como atleta, aqui vencemos como treinador, aqui vencemos como político, e estamos vencendo como radialista, e, portanto, a Cidade nos deu a consistência e nos recebeu tão bem.

Portanto, Porto Alegre tem algumas peculiaridades que, por mais que eu tenha conhecido várias Capitais do Brasil e até do Exterior, me davam uma saudade imensa e me faziam, a cada mês, no mínimo, duas ou três vezes, voltar. Eu fazia questão, muitas vezes, de não levar a minha família para não locomovê-la, porque os filhos estão na escola, porque a família está ambientada, e eu preferia me deslocar e depois voltar, como que se aquilo fosse uma provocação para que eu pudesse voltar à Capital várias vezes, para aqui encontrar os amigos.

Então, Porto Alegre é assim, ela é tambor de ressonância para o nosso interior, e, ao mesmo tempo, ela nos dá uma vontade de voltar.

O nosso Centro tem uma peculiaridade um pouco diferente do de outras Capitais: está ali imprensado no rio, é um pequeno Centro, mas tem uma peculiaridade toda especial que nos faz sair dos bairros e ir urgentemente para o Banco, no Centro, para ver os amigos, para tomar um cafezinho. Então, a Porto Alegre que eu gosto é esta, é de ver os amigos, estar nos bairros que têm uma peculiaridade idêntica, muitas vezes, às cidades do interior. Cada bairro representa, para nós - parece-me que são oitenta bairros que temos -, uma cidadezinha do interior.

Agradeço aqui à Capital, agradeço a esta terra por ter-me recebido tão bem e ter-me permitido vencer nas minhas atividades. Muito obrigado pela satisfação de recebê-los aqui, muito obrigado por estar nesta Casa, muito obrigado Porto Alegre, nós vamos em frente. Sem dúvida a nossa Capital é que nos representa, é que nos dá esse ânimo de lutar pelas nossas atividades. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em nome das Bancadas do Partido da Frente Liberal, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e do Partido da Social Democracia Brasileira.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Fui anunciado como o orador que representaria três Partidos nesta Sessão Solene. De fato, eu tenho o privilégio de ter a designação do meu Líder, Ver. Luiz Braz, para falar em nome do Partido da Frente Liberal; ainda tenho a honraria maior de ser representante, neste dia, do Partido da Social Democracia Brasileira, cujo Líder, Antonio Hohlfeldt, nos outorgou essa prerrogativa; e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, mandato que recebemos do seu ilustre Líder, Ver. Fernando Záchia.

A Cidade festeja hoje mais um aniversário, mais de dois séculos, vários momentos e situações. As cidades são como as pessoas: vivem as suas circunstâncias. Hoje, poetas já se ouviram desta tribuna, o Ver. Estilac Xavier, Ver. João Antonio Dib, o que nos permite nos socorrer também de um poeta: Ortega Y Gasset, que, quando falava dos homens, nos permitia parafraseá-lo nesta hora. Dizia Ortega Y Gasset que o homem é um ser e a sua circunstância; as cidades são as suas próprias circunstâncias.

Eu até percebo que nessas ocasiões em que nos reunimos para saudar o aniversário desta Cidade maravilhosa, que acolheu um libanês de Vacaria e o fez Prefeito, uma Cidade maravilhosa que acolheu um paulista e o fez seu Vereador, uma Cidade divina que recebeu aqui gente de São Borja, de Casca e até, Sr. Cônsul, da Quaraí, “brasiguaja” lá da fronteira com Artigas, nesta Cidade, nas suas circunstâncias, Marcelo, nós vamos vivendo.

Sendo, lamentavelmente, um dos mais idosos da Casa, bem gostaria de ser um dos mais jovens, como o fui há vinte e oito anos, ou há vinte e nove anos, quando iniciei minhas atividades legislativas nesta Cidade. Nessas horas eu me sinto como aquele neto que vai na festa da vovó e que, naturalmente, é levado, Guilherme, às reminiscências.

É lógico que, quando digo que a Cidade tem as suas circunstâncias, eu me remeto ao passado, ao longínquo 54, há quarenta e oito anos atrás, quando, falando, tranqüilamente, um tanto quanto "brasiguaio", eu chegava de Quaraí aqui na Cidade, e na minha reminiscência não encontro mais o Café Capitólio, ali na esquina da Pinto Bandeira com a Alberto Bins; quando passo pela Benjamim Constant, não vejo o Orpheu, o Eldorado, o Rosário; quando chego na Vila do IAPI e vejo o Dom João Becker, e não funcionar mais o prédio do Gonçalves Dias e, sim, está ali instalado o Nova Prata, eu fico pensando: Será que ainda estou naquela acolhedora Cidade que me recebeu? É verdade que ela mudou, mudou até pela ação de homens que a dirigiram durante esse tempo e que o Ver. João Antonio Dib também lembrou, nessa ocasião. É verdade que ela se transformou, era uma Capital de província, na ocasião, Ver. Haroldo de Souza, e hoje é a Metrópole dos Pampas, esta Cidade altaneira que se sobrepõe, em cujas ruas, praças, parques, moradias e residências vivem pessoas nas suas próprias circunstâncias.

Pois, nesta hora em que esta campainha desagradável me lembra que eu já consumi os meus cinco minutos, eu interrompo um pouco as reminiscências para dizer que, por esta Cidade, que acolheu a mim e a tantos outros Vereadores que não tiveram o seu umbigo debruçado sobre essa terra tão fértil, que lhe acolheu, vindo lá da nossa colônia, Ver. Fortunati, para fazê-lo, com toda a justiça, o Vereador mais votado da história do nosso Município e agora o Presidente do nosso Legislativo, eu sinto muito amor. Desta Cidade eu sinto que sou muito devedor, pelas alegrias que ela me deu – ao meninote vindo lá da fronteira oeste, ao estudante do Colégio Dom João Becker, Colégio Rui Barbosa, na Pontifícia Universidade Católica, ao pai que aqui viu nascer seus dois filhos e ao marido que aqui encontrou a sua esposa; enfim, ao cidadão que, por cinco vezes, recebeu a procuração popular para representá-lo neste Legislativo. Este cidadão está circunstancialmente e fortemente endividado com esta Cidade, naquelas dívidas que correm juros, correção monetária, juros compensatórios e toda a sorte de gravames que possa nos transformar em mais endividados ainda. E a única forma por  que eu posso tentar pagar essa dívida impagável com esta Cidade não é só amando-a, é amando-a com muita responsabilidade e dizendo aos que aqui estão presentes que, no seu aniversário, eu só posso renovar o meu compromisso de continuar trabalhando com o melhor que eu tenho por esta Cidade, para que ela viva a sua mais bela das circunstâncias. E a sua mais bela das circunstâncias é continuar sendo a hospitaleira cidade que acolhe homens e mulheres provindos de várias partes do Rio Grande, para lhes assegurar a possibilidade de formar família, criar filhos e sobretudo viver feliz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra e falará em nome do Partido Humanista da Solidariedade.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu falo em nome do Partido Humanista da Solidariedade.

Sentimento por alguma coisa, um friozinho na barriga; o sorriso sozinho, quase escondido, aquele nó na garganta, aquele estado de paz.

Quando viajo, e viajo só a trabalho, porque a política econômica federal é para poucos; quando estou fora de Porto Alegre, depois do terceiro, quarto, décimo dia, a saudade bate. E como é bom sentir saudade daquilo que amamos, principalmente quando sabemos que aquela saudade é apenas passageira. Não é mesmo?

E, quando a aeronave sobrevoa Porto Alegre na chegada, que sensação de bem estar, que sensação de alegria, que sensação gostosa por chegar! Chegar a Porto Alegre de duzentos e trinta anos – há vinte e oito anos eu exercito esta saudade passageira.

Porto Alegre, para mim, lembro-me bem, quando cheguei, era uma Cidade grande, metida a metrópole.

Hoje é uma metrópole com suas vantagens e desvantagens de cidade grande, mas continua a Porto Alegre que, muitas vezes, eu vejo na estradinha de chão batido, na velha Rua Cascatinha, depois Avenida Cascatinha e, hoje, Avenida Érico Veríssimo.

Quando quero ver a Porto Alegre do passado, pela minha mente, eu vou até aquela esquina, e dali viajo por todos os lugares que eu andava na Porto Alegre então com duzentos e dois anos. Quando aqui cheguei, Portinho atingia dois séculos e dois anos. Naquele tempo, era mais gostoso andar por Porto Alegre. Estávamos mais longe da violência, que hoje é um mal social, um problema de todas as cidades do mundo, de todas as grandes cidades do mundo.

Porto Alegre de seus grenais fantásticos que sacodem o seu povo, transformando esta Porto Alegre na Capital do Futebol, porque, para nós, o orgulho é tanto de ser porto-alegrense que o Grenal, para nós, é o maior jogo do mundo! Ah, Porto Alegre, que prega tanta igualdade! Mas, nós não conseguimos repetir o que provoca o Grenal, que é a união com o direito de todos nós nos estádios. Mas, nas mansões, nas favelas, nos morros, nas casas, apartamentos, nos casebres, por toda a Cidade que hoje completa duzentos e trinta anos, quando tem a festa do seu Grenal, desabrocha em toda a sua intensidade uma Cidade formada por pessoas que gostam da emoção, da alegria consentida e buscada, a felicidade de vibrar com a Cidade!

E todos são iguais nos seus direitos, suas paradas cívicas e militares.

E as noites no Portinho? Plauto na flauta, que aqui está, é um dos talentos desses duzentos e trinta anos. Vem comigo, Porto Alegre, vem comigo, Plauto, é para mim, um misto de trabalho e solidariedade com as pessoas que formam este povo. Ser porto-alegrense é continuar acreditando que o pôr-do-sol do rio Guaíba, um dos maiores espetáculos da natureza no mundo, um dia, terá as suas águas limpas de novo, servindo de espelho para refletir a pureza do seu povo, a pureza da sua gente e a pureza da sua alma. A pureza da alma do povo porto-alegrense, alegre, responsável, trabalhador – Quando tem trabalho, né? – e confiante de que Porto Alegre será, por todo o sempre, um dos amores de nossas vidas. Salve Porto Alegre, Cidade Sorriso, Porto dos Casais, duzentos e trinta anos de amores vividos! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ex.mo Sr. Vice-Prefeito de Porto Alegre, João Verle, neste ato representando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós, porto-alegrenses, por nascimento ou por adoção, amamos Porto Alegre, temos muito orgulho da nossa Capital, das suas belezas naturais e da sua gente, principalmente. Somos, hoje, a Capital com melhor qualidade de vida do País; temos o melhor índice de desenvolvimento humano, resultado de sucessivas administrações, como o Ver. João Antonio Dib tão bem apresentou para nós na sua fala, resultado da preocupação da sua população com as questões ambientais, com as questões sociais. Temos hoje uma expectativa de vida superior a setenta anos, uma das maiores, senão a maior do País, resultado dessas preocupações. Temos hoje, tivemos no passado e, seguramente, teremos no futuro, preocupações com as questões ambientais, por exemplo. A nossa Cidade tem saneamento, água; possuímos a maior área verde, com relação às demais capitais do Brasil; temos 100% de coleta de lixo; temos abastecimento de água, energia elétrica, quase em 100%. Isso tudo nos orgulha muito, mostra o nível de desenvolvimento que já atingimos. Mas sabemos, também, que temos ainda muitas mazelas, e, em um dia festivo, como hoje, talvez não seja adequado fazer referência àquilo que ainda não se fez. Mas, seguramente, a cada ano que nós festejarmos o aniversário da nossa Capital, vamos apresentando números que serão, certamente, cada vez melhores, resultado do trabalho do seu povo, do seu Governo, dos Poderes Executivo e Legislativo, de toda a cidadania que desperta e que, cada vez mais, participa e decide sobre as condições em que deve ser desenvolvida a nossa Cidade.

Por isso, nos orgulhamos muito também da história da nossa Cidade. Podemos registrar, por exemplo, o episódio da Legalidade, quando a nossa Capital levantou-se contra uma tentativa de subverter a ordem. Nós poderíamos citar uma série de outros episódios em que fomos protagonistas, mas é importante que se registre também que Porto Alegre tem um reconhecimento nacional e internacional que não é de hoje, que se afirmou com o tempo, mas que se acentuou nos últimos anos. É importante sabermos que Porto Alegre, por exemplo, é hoje reconhecida nacional e internacionalmente como a “Capital da Participação Popular”, a “Capital da Democracia Participativa”, e é a Capital onde já se realizaram duas edições do Fórum Social Mundial, onde se reúnem representantes de todos os continentes para discutir um outro mundo possível, onde se faça a justiça, onde haja paz. Por isso tudo nós gostaríamos de concluir a nossa fala dizendo que, com a participação de todos e de todas, do Poder Público, das organizações não-governamentais, da entidades representativas, dos diferentes movimentos sociais que espontaneamente se organizam e que têm o estímulo do Poder Público, seguramente vamos poder avançar muito na nossa luta no combate à exclusão, à desigualdade, à pobreza e à miséria. E teremos, quem sabe, num futuro bem próximo, a possibilidade de festejar também Porto Alegre como a “Capital da Solidariedade”. Acredito que esse é um objetivo viável que devemos colocar para que nos orgulhemos, e que não nos orgulhemos apenas daquilo que a natureza nos proporcionou, nos prodigalizou, mas também daquele resultado do trabalho que cada um dos porto-alegrenses que aqui nasceram ou que escolheram esta Capital para viver fizeram por si próprios e, principalmente, pelos seus semelhantes. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ouviremos, a seguir, a apresentação do Flautista Plauto Cruz, acompanhado do Violinista Guaraci Gomes e do Flautista Roberto Rios.

(Apresentação dos flautistas e violinista.)

 

Convidamos os presentes para ouvir a execução do Hino Rio-Grandense pelo Flautista Plauto Cruz, acompanhado do Violinista Guaraci Gomes e do Flautista Roberto Rios.

 

(Apresentação dos flautistas e violinista.)

 

Agradecemos pela presença de todos. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h17min.)

 

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